Luto, tristezas e uma certa paz - 1

Eu tinha medo da tarde, vinha um frio... Ela morreu ao fim da tarde. Mãe. É tarde! Por mais que eu invente sóis, é tarde. Tarde não por algo que não foi feito, mas é tarde, porque é tarde. Se já não dá mais pra nascer, também já não tenho medo das tardes. Elas doem, não me assustam mais, só se calam em suas belas e calmas cores.

3 comentários:

Paula Barros disse...

Tudo o que você escreve é muito vivo de imagens e emoções, tudo.

O que você escreve agora me fez lembrar uma série sua - Um mundo numa cozinha, naquela série você falava do final da tarde, e me marcou.

Depois cheguei a escrever num comentário: A relação com a tarde e a dor sempre me chama a atenção.

Neste momento de luto e tristeza a tarde e a dor retornam. Mas aparece também: e uma certa paz.
"Elas doem, não me assustam mais, só se calam em suas belas e calmas cores".

abraço!

mara disse...

"Tarde. Elas não me assustam mais." Como assustar se o seu coração sabe que "Filho estou aqui". A certeza da presença que não se ausenta te dá a leveza para enfrentar a saudade. Bendita saudade. Benditas lembranças. Fiéis companheiras da nossa orfandade.

mara disse...

"Tarde. Elas não me assustam mais." Como assustar se o seu coração sabe que "Filho estou aqui". A certeza da presença que não se ausenta te dá a leveza para enfrentar a saudade. Bendita saudade. Benditas lembranças. Fiéis companheiras da nossa orfandade.