tão estranho aquele vento no jardim.
o cachorro preto andou por ali solto como se fosse seu, apenas seu, o horto.
ele delineou um limite entre moitas de íris e um pequeno filete de águas claras.
o chilreado dos pintassilgos também se desenhou na paisagem.
tudo assim num breve momento.
o coração, um coração aos pulos, deu-se de cara com a vida acordada.
aquele vento era um vento de cor ou de acordar, ou de decorar a poesia
desfazer-se da tarde caída num respiro mais fundo.
fundo o lago esquecido passado tão rápido, nem patos selvagens.
desprender umas palavras das árvores corridas, pensou, fazer uma prece de fim de dia.
arremessa-las por onde no trem o olhar libera e recolhe desejos, ou suas sementes.
o trem segue, Transcontinental Express from Chicago.
mais brilhante que a prata o punhal dói o brilho do caminho não feito.
fundo o lago esquecido passado tão rápido, nem patos selvagens.
desprender umas palavras das árvores corridas, pensou, fazer uma prece de fim de dia.
arremessa-las por onde no trem o olhar libera e recolhe desejos, ou suas sementes.
o trem segue, Transcontinental Express from Chicago.
mais brilhante que a prata o punhal dói o brilho do caminho não feito.
-
Dauri Batisti
os olhos mostravam, ao se levantarem subitamente, um sol na sala nublada em quietude.
uma meia hora mais tarde, menos que isso, pondo fim à carta, deixou a mão pousar sobre a madeira escura, lustrosa.
bem... nada se deu, os vidros da janela se cobriam de respingos.
uma palavra na carta dizia B’lieve me.
o outono se ia em insistentes ventos frios sobre Chicago, 1991.
uma meia hora mais tarde, menos que isso, pondo fim à carta, deixou a mão pousar sobre a madeira escura, lustrosa.
bem... nada se deu, os vidros da janela se cobriam de respingos.
uma palavra na carta dizia B’lieve me.
o outono se ia em insistentes ventos frios sobre Chicago, 1991.
-
Dauri Batisti
socorre este grito de inquietude. ele vai pela praia da tarde.
na verdade não é nada. é que não riscaram nenhuma poesia na pedra sobre a qual me escorei.
quisera no respaldo da aspereza delinear um encontro, aquele em que o olhar, de súbito, define-se em surpresa, de fogo.
bem... ainda não foi hoje. será amanhã?
na verdade não é nada. é que não riscaram nenhuma poesia na pedra sobre a qual me escorei.
quisera no respaldo da aspereza delinear um encontro, aquele em que o olhar, de súbito, define-se em surpresa, de fogo.
bem... ainda não foi hoje. será amanhã?
-
Dauri Batisti
virar-se de amor diante dela, de bicicleta, ah, ao voltar da escola
os raios de adeus me cortavam no sol que descia
minha imaginação no seu nome desenhava seu corpo nu aquescendo o meu no vento frio, na relva seca, triste
da pradaria
era o dia que se acabava, ou me acabava em monotonia
os raios de adeus me cortavam no sol que descia
minha imaginação no seu nome desenhava seu corpo nu aquescendo o meu no vento frio, na relva seca, triste
da pradaria
era o dia que se acabava, ou me acabava em monotonia
-
Dauri Batisti
desde o leste perdido veio este caminho que me encruzilha aqui nessas palavras
vai além de mim sem deixar vestígios, um degrau com musgos talvez, ou o que leio a frase inacabada
há um pedaço do que respiro na tela do computador do monge no templo dourado de Nariu.
uma dor, cinzas de um dia, inominável.
vai além de mim sem deixar vestígios, um degrau com musgos talvez, ou o que leio a frase inacabada
há um pedaço do que respiro na tela do computador do monge no templo dourado de Nariu.
uma dor, cinzas de um dia, inominável.
-
Dauri Batisti
trôpego entre dias e noites caí aos pés da manhã
na penumbra da madrugada, desejei firmeza de dança e algo a mais para amanhecer
o relógio parou o tempo na mão para fazer uma flor de papel
lançou-me então no ar, era avião ou beija-flor, girei, girou, moinho do dia que amanhecia (para mim?) não.
olhei, landscape, escapei, linhas me levaram em paisagens que ensaiei.
na penumbra da madrugada, desejei firmeza de dança e algo a mais para amanhecer
o relógio parou o tempo na mão para fazer uma flor de papel
lançou-me então no ar, era avião ou beija-flor, girei, girou, moinho do dia que amanhecia (para mim?) não.
olhei, landscape, escapei, linhas me levaram em paisagens que ensaiei.
-
Dauri Batisti
Assinar:
Postagens (Atom)