vento de asas,
amor de um momento
de um ver
mas fosse o amor
naquela hora
um encontro e tudo o mais
não foi
foi somente coisas de ar
pássaros
o olhar de um
o olhar de outro
a multidão e nunca mais.
de que vale é uma pergunta
de que vale é essa flor
de que vale essa palavra
que se faz de uma dor, ou mais amor
de um dia
talvez de dois, perdidas horas
em palavras horas, hortas de,
jardins, pomar. mas
talvez mais vale a paz,
que paz, pergunte,
parto de quem,
quem nasceu vale
de que vale
em que vale corre
o córrego São Francisco
de que palavra corre
o poema foge, do que foge
o poema de que vale
vale uma casa uma palavra
defronte pro sol nascente
nasci
de que vale é essa flor
de que vale essa palavra
que se faz de uma dor, ou mais amor
de um dia
talvez de dois, perdidas horas
em palavras horas, hortas de,
jardins, pomar. mas
talvez mais vale a paz,
que paz, pergunte,
parto de quem,
quem nasceu vale
de que vale
em que vale corre
o córrego São Francisco
de que palavra corre
o poema foge, do que foge
o poema de que vale
vale uma casa uma palavra
defronte pro sol nascente
nasci
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Dauri Batisti
dão sinal...as frases dão sinal de acabar, talvez acabem, as frases
o que ficará no lugar, o lugar, a paisagem, lados, ainda mais, mais do que multiplicados
mas estou bem, uns foram comigo lá, lá, bem lá
uns foram, dois exatamente, ela, ele, mai-eurico
depois tudo se desfez, se desfaz, e se refez, se refaz, o mar, isso
o mar abraça minha cidade, refaz meu estado de amar
o que ficará no lugar, o lugar, a paisagem, lados, ainda mais, mais do que multiplicados
mas estou bem, uns foram comigo lá, lá, bem lá
uns foram, dois exatamente, ela, ele, mai-eurico
depois tudo se desfez, se desfaz, e se refez, se refaz, o mar, isso
o mar abraça minha cidade, refaz meu estado de amar
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Dauri Batisti
as frases são folhas, folhas num pé de poema, mas folhas.
são tão belos os poemeiros pelo mundo afora, mas estas frases são folhas, folhas marrons.
deixei de escrever poemas, pelo menos por enquanto, escrevo frases, frases folhas, marrons.
frases que o vento leva, frases secas e leves, prontas para serem varridas.
são tão belos os poemeiros pelo mundo afora, mas estas frases são folhas, folhas marrons.
deixei de escrever poemas, pelo menos por enquanto, escrevo frases, frases folhas, marrons.
frases que o vento leva, frases secas e leves, prontas para serem varridas.
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Dauri Batisti
aguentei até...
enfim teus olhos escreveram e eu fiquei incapaz de dizer outra frase senão te amo, essa ilusão de sol para tornar as sombras canteiros de calêndulas.
foi um momento, apenas um momento na vesga tarde de dezembro quando.
sorri uma frase triste e me reescrevi poesias.
pode ter sido um invento, venta-me sempre luzes de brilhos pequenos, invenções sem fundamentos,
vou dobrar a frase aqui, mente, minha mente anda, minto.
me sinto uma camisa branca no varal num espaço de pasto verde, leves montanhas ao fundo, e mangueiras, muitas mangueiras e alguns coqueiros, talvez também um imenso pé de tamarindo
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Dauri Batisti
descanso, morro nessas frases e em cada morte é que a vida se levanta e me faz brilhar os olhos, no que leio do que saiu de minhas mãos.
saio e volto e não sei se primeiro volto para depois sair destes campos verdejantes onde precariamente sacio-me.
um vento inventa-me agora, respiro distraído que foi esse vento nas narinas de Deus, mas ja sou outro no fim desta frase, desinventei-me, fica a frase
saio e volto e não sei se primeiro volto para depois sair destes campos verdejantes onde precariamente sacio-me.
um vento inventa-me agora, respiro distraído que foi esse vento nas narinas de Deus, mas ja sou outro no fim desta frase, desinventei-me, fica a frase
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Dauri Batisti
ventos perdidos, rosas pendidas, pesos da chuva, o que digo.
não digo mais sentidos, digo lá para onde aponta o galo de aço sobre o cruzeiro.
o galo pisa na seta e olha, acerta o que quer ver.
eu... e eu? eu sigo nas frases um vento, dois, mais, os dos anjos e os dos humanos, dos sedanos, sou um sedano, uma sede que persiste, uma sede que me existe para não escrever poemas.
venta e me vira de sede, sede, lábios ressecos, para me mostrar com o cálice na mão.
não digo mais sentidos, digo lá para onde aponta o galo de aço sobre o cruzeiro.
o galo pisa na seta e olha, acerta o que quer ver.
eu... e eu? eu sigo nas frases um vento, dois, mais, os dos anjos e os dos humanos, dos sedanos, sou um sedano, uma sede que persiste, uma sede que me existe para não escrever poemas.
venta e me vira de sede, sede, lábios ressecos, para me mostrar com o cálice na mão.
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Dauri Batisti
enquanto vai o vento enxurrada abaixo, fraseio.
resseco, encharco-me de um outro sentido.
não sucumbo, fujo.
a frase ficou por entre as páginas do livro do Kundera no verso de um panfleto do café.
coisas boas.
frases assim perdidas de vida, vida porém.
linda a vida, não sucumbe, foje e se arranja.
se rearranja.
rearranjar tem um som bonito.
resseco, encharco-me de um outro sentido.
não sucumbo, fujo.
a frase ficou por entre as páginas do livro do Kundera no verso de um panfleto do café.
coisas boas.
frases assim perdidas de vida, vida porém.
linda a vida, não sucumbe, foje e se arranja.
se rearranja.
rearranjar tem um som bonito.
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Dauri Batisti
o silêncio da montanha não era silêncio, era paz, a somatória de pequenos ruídos.
o vento desceu na enxurrada, rodopiou o jequetibá-rosa e caiu no riacho, engravidando-o.
no que vai um suspiro é do fundo do peito que vai, na viagem de um desejo.
a frase é o desenho do vento aquecido nos alvéolos.
o vento desceu na enxurrada, rodopiou o jequetibá-rosa e caiu no riacho, engravidando-o.
no que vai um suspiro é do fundo do peito que vai, na viagem de um desejo.
a frase é o desenho do vento aquecido nos alvéolos.
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Dauri Batisti
de dizer, aquelas frases, lados multiplicados.
frases de dizer nada, dizer coisas, coisas como lavar as mãos, tomar um copo d’água, passar o olhar pela janela.
de amar dizer, amor de dizer, loucura, síndrome de ser.
diamantes antes do olhar vidrado, antes, lama de tudo, o silêncio da montanha na enxurrada.
frases de dizer nada, dizer coisas, coisas como lavar as mãos, tomar um copo d’água, passar o olhar pela janela.
de amar dizer, amor de dizer, loucura, síndrome de ser.
diamantes antes do olhar vidrado, antes, lama de tudo, o silêncio da montanha na enxurrada.
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Dauri Batisti
aquele pássaro que voa sobre o lago, o que diz?
diz a frase que o peito guardou entre um respiro e outro, a doce beleza de um dia de setembro.
mas o voo sobre o lago pintou uma canção de fim de domingo.
quisera um pássaro sobre o lago florir-se em estrada, outra estrada que não estas frases.
diz a frase que o peito guardou entre um respiro e outro, a doce beleza de um dia de setembro.
mas o voo sobre o lago pintou uma canção de fim de domingo.
quisera um pássaro sobre o lago florir-se em estrada, outra estrada que não estas frases.
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Dauri Batisti
um amor desfeito em outro, um tijolo de antigo sobrado... ainda é amor.
sobrou uma saudade, esperança pequena, hojes grandes.
a porta recolocada abre-se em nova casa, ainda é estranho o vazio, depois o peito se acostuma, suporta.
reconstruir do que se tem nem sempre é fácil, entulhos de dias e sóis.
paredes sem maiúsculas? O que se levanta se escora em frases frágeis.
sobrou uma saudade, esperança pequena, hojes grandes.
a porta recolocada abre-se em nova casa, ainda é estranho o vazio, depois o peito se acostuma, suporta.
reconstruir do que se tem nem sempre é fácil, entulhos de dias e sóis.
paredes sem maiúsculas? O que se levanta se escora em frases frágeis.
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Dauri Batisti
elas se rasgam das tardes, dizer o que elas dizem haverá de ajudar.
as letras em certos dias recolhem vôos, de aves alvissareiras, mesmo que vespertinas.
de qualquer modo as palavras movimentarão as turbinas e uma ou outra lâmpada se acenderá logo mais à noite, luz para uma xícara de chá de folhas de laranja da terra.
ou de jasmim.
uma letra poderá se adensar numa frase com um certo sentido, talvez um perfume de lembranças boas.
do sol de amanhã.
dizer frases faz as voltas de traduzir pela metade, uma parte é frase outra parte é dor.
elas enganam, tome-se cuidado, não são poemas.
as letras em certos dias recolhem vôos, de aves alvissareiras, mesmo que vespertinas.
de qualquer modo as palavras movimentarão as turbinas e uma ou outra lâmpada se acenderá logo mais à noite, luz para uma xícara de chá de folhas de laranja da terra.
ou de jasmim.
uma letra poderá se adensar numa frase com um certo sentido, talvez um perfume de lembranças boas.
do sol de amanhã.
dizer frases faz as voltas de traduzir pela metade, uma parte é frase outra parte é dor.
elas enganam, tome-se cuidado, não são poemas.
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Dauri Batisti
correu pela curva tão certo, rápido, que reta parecia a curva, apenas um frio de vísceras pendidas.
ao olhar todavia a curva, era, pois que era... a vida.
que Linda!
a frase lida de relance no muro, um reparo no olhar, a frase escrita, resquícios de poesias perdidas, inúteis registros.
ao olhar todavia a curva, era, pois que era... a vida.
que Linda!
a frase lida de relance no muro, um reparo no olhar, a frase escrita, resquícios de poesias perdidas, inúteis registros.
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Dauri Batisti
quando o mundo ainda pode fazer surgir, faz surgir um sonho, por ai, até mesmo numa calçada ou numa soleira de porta.
talvez no batente de um tanque de lavar roupa.
faz-se a barba sem espelho.
faz-se a barba de olhos fechados imaginando o espelho.
bem, isso é apenas outro modo de dizer viver uma esperança.
aqui caem palavras das árvores e formam frases secas no chão.
põe fogo, não valem nada, não valem nada além de uma fogueira de chamas bonitas e rápidas.
talvez no batente de um tanque de lavar roupa.
faz-se a barba sem espelho.
faz-se a barba de olhos fechados imaginando o espelho.
bem, isso é apenas outro modo de dizer viver uma esperança.
aqui caem palavras das árvores e formam frases secas no chão.
põe fogo, não valem nada, não valem nada além de uma fogueira de chamas bonitas e rápidas.
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Dauri Batisti
alumia as frases ó gato.
tens nos olhos estrelas de Andrômeda, vizinha e tão distante desta via.
mia, mia aquelas palavras lácteas que um faraó poetizou olhando o céu em noite escura.
mia, mia palavras luzes, poesias.
as frases mirradas que acendo, apesar do esforço, nada alumiam a vida e as ruas.
mia as ruas, os muros, as esquinas, as frases ilumina.
tens nos olhos estrelas de Andrômeda, vizinha e tão distante desta via.
mia, mia aquelas palavras lácteas que um faraó poetizou olhando o céu em noite escura.
mia, mia palavras luzes, poesias.
as frases mirradas que acendo, apesar do esforço, nada alumiam a vida e as ruas.
mia as ruas, os muros, as esquinas, as frases ilumina.
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Dauri Batisti
é o que diz, o que condiz, uma frase, frases, nada mais.
não há mais versos, afirmo, divirjo.
diversos modos versus poetas, dizer frases.
diz o dia que acaba em domingos respingos frios de frente fria.
ave Maria, a hora já passou, seis, um pouco mais de seis, seis e alguns minutos, sei.
Não sei, vejo, sinto pelo meio, a palavra vai trôpega pela frase morrendo tardes.
não há mais versos, afirmo, divirjo.
diversos modos versus poetas, dizer frases.
diz o dia que acaba em domingos respingos frios de frente fria.
ave Maria, a hora já passou, seis, um pouco mais de seis, seis e alguns minutos, sei.
Não sei, vejo, sinto pelo meio, a palavra vai trôpega pela frase morrendo tardes.
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Dauri Batisti
o que vibra no corpo, a vida, desenha poesias, muitas vezes com lápis de pontas rombudas.
ficam marcas nas palavras e na língua cicatrizes.
modulam-se vincos ao lado da boca como vírgulas entre sorrisos e tristezas.
o olhar se acendeu na brasa dos lábios quando se pronunciou: fiz amor com os capítulos da vida.
uns, alguns, só um, muitos foram um bom amor.
outros... outros foram amor sem or, sem am, coisas quebradas, porcelanas.
nem sei se dor, passou, tentativas, uma flor, ou outra.
ficam marcas nas palavras e na língua cicatrizes.
modulam-se vincos ao lado da boca como vírgulas entre sorrisos e tristezas.
o olhar se acendeu na brasa dos lábios quando se pronunciou: fiz amor com os capítulos da vida.
uns, alguns, só um, muitos foram um bom amor.
outros... outros foram amor sem or, sem am, coisas quebradas, porcelanas.
nem sei se dor, passou, tentativas, uma flor, ou outra.
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Dauri Batisti
na trilha de um dia encontrou um sumidouro, um lugar no horizonte onde se põem o sol e alguns outros olhares.
não se acuda os que caem no horizonte, estes sonhos e desejos, e as asas recolhidas sem voo.
(as frases se sobrepõem aos versos, tentativas de verão, invernos, contudo).
há um grito, um gemido, uma despedida com ares de canção, espera de alegrias, mas é preciso voltar para o leste, outra vez, apesar da fadiga.
não se acuda os que caem no horizonte, estes sonhos e desejos, e as asas recolhidas sem voo.
(as frases se sobrepõem aos versos, tentativas de verão, invernos, contudo).
há um grito, um gemido, uma despedida com ares de canção, espera de alegrias, mas é preciso voltar para o leste, outra vez, apesar da fadiga.
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Dauri Batisti
arranhou uma dor no coração, quis dizer sentiu.
não sabia ao certo se de ontem ou de hoje.
era uma palavra árdua, pesada de dizer, como se ele fosse gago.
era uma dor, uma flor de uma planta sem valor, uma dor.
ergueu os olhos e viu o céu azul, azul, lindo.
havia ali no ar um desejo de viver, viu, ele viu, não é mentira.
animou-se por um momento.
levantou-se, fechou o livro e voltou para o caixa do supermercado onde trabalhava.
não sabia ao certo se de ontem ou de hoje.
era uma palavra árdua, pesada de dizer, como se ele fosse gago.
era uma dor, uma flor de uma planta sem valor, uma dor.
ergueu os olhos e viu o céu azul, azul, lindo.
havia ali no ar um desejo de viver, viu, ele viu, não é mentira.
animou-se por um momento.
levantou-se, fechou o livro e voltou para o caixa do supermercado onde trabalhava.
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Dauri Batisti
tão estranho aquele vento no jardim.
o cachorro preto andou por ali solto como se fosse seu, apenas seu, o horto.
ele delineou um limite entre moitas de íris e um pequeno filete de águas claras.
o chilreado dos pintassilgos também se desenhou na paisagem.
tudo assim num breve momento.
o coração, um coração aos pulos, deu-se de cara com a vida acordada.
aquele vento era um vento de cor ou de acordar, ou de decorar a poesia
o cachorro preto andou por ali solto como se fosse seu, apenas seu, o horto.
ele delineou um limite entre moitas de íris e um pequeno filete de águas claras.
o chilreado dos pintassilgos também se desenhou na paisagem.
tudo assim num breve momento.
o coração, um coração aos pulos, deu-se de cara com a vida acordada.
aquele vento era um vento de cor ou de acordar, ou de decorar a poesia
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Dauri Batisti
desfazer-se da tarde caída num respiro mais fundo.
fundo o lago esquecido passado tão rápido, nem patos selvagens.
desprender umas palavras das árvores corridas, pensou, fazer uma prece de fim de dia.
arremessa-las por onde no trem o olhar libera e recolhe desejos, ou suas sementes.
o trem segue, Transcontinental Express from Chicago.
mais brilhante que a prata o punhal dói o brilho do caminho não feito.
fundo o lago esquecido passado tão rápido, nem patos selvagens.
desprender umas palavras das árvores corridas, pensou, fazer uma prece de fim de dia.
arremessa-las por onde no trem o olhar libera e recolhe desejos, ou suas sementes.
o trem segue, Transcontinental Express from Chicago.
mais brilhante que a prata o punhal dói o brilho do caminho não feito.
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Dauri Batisti
os olhos mostravam, ao se levantarem subitamente, um sol na sala nublada em quietude.
uma meia hora mais tarde, menos que isso, pondo fim à carta, deixou a mão pousar sobre a madeira escura, lustrosa.
bem... nada se deu, os vidros da janela se cobriam de respingos.
uma palavra na carta dizia B’lieve me.
o outono se ia em insistentes ventos frios sobre Chicago, 1991.
uma meia hora mais tarde, menos que isso, pondo fim à carta, deixou a mão pousar sobre a madeira escura, lustrosa.
bem... nada se deu, os vidros da janela se cobriam de respingos.
uma palavra na carta dizia B’lieve me.
o outono se ia em insistentes ventos frios sobre Chicago, 1991.
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Dauri Batisti
socorre este grito de inquietude. ele vai pela praia da tarde.
na verdade não é nada. é que não riscaram nenhuma poesia na pedra sobre a qual me escorei.
quisera no respaldo da aspereza delinear um encontro, aquele em que o olhar, de súbito, define-se em surpresa, de fogo.
bem... ainda não foi hoje. será amanhã?
na verdade não é nada. é que não riscaram nenhuma poesia na pedra sobre a qual me escorei.
quisera no respaldo da aspereza delinear um encontro, aquele em que o olhar, de súbito, define-se em surpresa, de fogo.
bem... ainda não foi hoje. será amanhã?
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Dauri Batisti
virar-se de amor diante dela, de bicicleta, ah, ao voltar da escola
os raios de adeus me cortavam no sol que descia
minha imaginação no seu nome desenhava seu corpo nu aquescendo o meu no vento frio, na relva seca, triste
da pradaria
era o dia que se acabava, ou me acabava em monotonia
os raios de adeus me cortavam no sol que descia
minha imaginação no seu nome desenhava seu corpo nu aquescendo o meu no vento frio, na relva seca, triste
da pradaria
era o dia que se acabava, ou me acabava em monotonia
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Dauri Batisti
desde o leste perdido veio este caminho que me encruzilha aqui nessas palavras
vai além de mim sem deixar vestígios, um degrau com musgos talvez, ou o que leio a frase inacabada
há um pedaço do que respiro na tela do computador do monge no templo dourado de Nariu.
uma dor, cinzas de um dia, inominável.
vai além de mim sem deixar vestígios, um degrau com musgos talvez, ou o que leio a frase inacabada
há um pedaço do que respiro na tela do computador do monge no templo dourado de Nariu.
uma dor, cinzas de um dia, inominável.
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Dauri Batisti
trôpego entre dias e noites caí aos pés da manhã
na penumbra da madrugada, desejei firmeza de dança e algo a mais para amanhecer
o relógio parou o tempo na mão para fazer uma flor de papel
lançou-me então no ar, era avião ou beija-flor, girei, girou, moinho do dia que amanhecia (para mim?) não.
olhei, landscape, escapei, linhas me levaram em paisagens que ensaiei.
na penumbra da madrugada, desejei firmeza de dança e algo a mais para amanhecer
o relógio parou o tempo na mão para fazer uma flor de papel
lançou-me então no ar, era avião ou beija-flor, girei, girou, moinho do dia que amanhecia (para mim?) não.
olhei, landscape, escapei, linhas me levaram em paisagens que ensaiei.
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Dauri Batisti
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