arranhou uma dor no coração, quis dizer sentiu.

não sabia ao certo se de ontem ou de hoje.

era uma palavra árdua, pesada de dizer, como se ele fosse gago.

era uma dor, uma flor de uma planta sem valor, uma dor.

ergueu os olhos e viu o céu azul, azul, lindo.

havia ali no ar um desejo de viver, viu, ele viu, não é mentira.

animou-se por um momento.

levantou-se, fechou o livro e voltou para o caixa do supermercado onde trabalhava.

2 comentários:

Paula Barros disse...

Eu li e me vi...já senti o coração arranhar...já senti uma azia no coração. Já ohei o céu azul, ah, já olhei...

A planta, o céu azul, o desejo de viver, de ir para o mundo, o horizonte, os sonhos, a mente...a realidade.

abraço!

Germano Viana Xavier disse...

Um corpo-coração pulsando na dor.
Uma corporação em pulso pela vida.
Assim.